sexta-feira, 18 de novembro de 2011

As melhores sensações - Viajar de avião

Dentro de uma semana algumas das melhores sensações do mundo, em meu singelo ponto de vista, estarão de volta.

Em sete dias voltarei a sorrir, in and outside, como uma boba.

Admito: desta vez haverá três belos e bons motivos.

1- Viajar de avião;
2-Cantar num palco com plateia e tudo;
3-Rever uma terra que há muito não via (neste caso, o Rio de Janeiro).

1-Viajar de avião

Só de imaginar já sinto o cheiro próprio do carpete, da poltrona pseudoconfortável, do banheiro com ruído sempre estranho, sinto o balançar do avião, ouço o pequeno incômodo auricular, e o barulhinho das rodas sendo guardadas.

Estou, desde o início observando tudo. Se pudesse, nem piscava os olhos já meio marejados.
A emoção do voo toma conta de meu coração que ulula em notas altas (de alegria).

Tudo começa com a espera. Esperar nem sempre é ruim.
Você olha, de quando em quando (sempre!), para a tabela com os voos.
Fica atenta à voz do aeroporto, aguardando o "Gol/Tam/Azul voo 1234 com destino a tananan. Embarque no portão A".

Nossa, é emocionante! 'Meu voo'!

Você pega a bolsa, depois de ter despachado a mala e feito o check-in há algum tempo (se for como eu estará lá 1 hora antes do embarque), e dirige-se à fila que se forma no portão 'A'.

Eu sempre olho para trás nessa hora. Como que conferindo se você é quem vai viajar desta vez - e não é quem está simplesmente tomando conta da mala.

Seus pertences na esteira passam, você segue tranquila pelo detector de metal e retorna suas posses a mão, meio geladas pelo frio rígido da sala de espera.

Atenta a qual entrada deverá seguir, procura o lugar mais próximo. Olha de relance para as pessoas que ali estão e tenta imaginar o que pensam.

Lembra-se que vai dividir espaço, serão três poltronas bem juntas.
Torce para que em nenhuma delas esteja alguém indesejável.

Ah! Principalmente cruza dos dedos para que nenhum sujeito, atrás de você, 'à vontade demais' fique chutando sua poltrona ou abrindo e fechando o compartimento para colocar sua barra de cereal (a nova 'refeição' do século XXI).

Nova fila se forma. Identidade a mão e check-in também.
Entra no "tubo" de onde soa um som meio estridente e abafado. O avião está no final dele.

Portas abertas, aeromoças sorrindo (não com o brilho de há alguns anos), e você pisa naquele carpete típico.

Avista o corredor e segue os olhos até o final dele.
Encontra seu assento, senta e trata de abrir logo a janela (afinal, eu busco viajar sempre ao lado dela).

Coloca o cinto de segurança bem antes dos avisos das aeromoças e do sinal logo acima de sua cabeça.

Parece até criança viajando pela primeira vez.

As pessoas vão entrando, entrando... esse tempo até parece interminável.

Você olha para o relógio e pensa: 'Estamos atrasados'.

Admito que não me lembro de algum dia ter partido na hora marcada. Mas nada custa esperar que aconteça.

Você dá um leve sorriso aos acompanhantes de poltrona.
Deseja, novamente, que sejam legais, ou pelo menos decentes.

O comandante começa a dar as boas-vindas com aquela voz de rádio patrulha (em meio a um zumbido meio incômodo do motor).

As aeromoças se posicionam e deslizam seus braços pelo ar a nos orientar em caso de acidente.

Olho para a 'bolsa' da poltrona da frente e pego o folheto já tão conhecido.

Gosto de revê-lo.
Como um velho companheiro de guerra que estará sempre lá.

Olho as imagens para ver se mudaram alguma coisa. Muito pouco ou nada.

Apertando os cintos, vira o rosto para a janela e abre um leve sorriso.

Damos ré e fazemos o retorno na pista. Tudo bem devagar (pode parecer rápido pra alguns, mas pra mim são os minutos mais demorados, mas que valem a pena).

Aproxima-se a hora preferida: o avião começa a correr.
Friozinho na barriga pede goma de mascar e reza (afinal, mesmo que se goste muito, nada custa pedir uma proteção).

O sorriso aumenta.

Estamos arremetendo.

Estamos no ar. Planando.

Leve zumbido aparece nos ouvidos.
Mastiga o chiclete com maior frequência.

Boceja (de sono - dependendo da hora do voo - e para aliviar a pressão do ar).

Aos poucos atingimos a altura ideal.

Linda! Como é bom nos despedirmos (ao menos por um tempo) da velha paisagem lá embaixo.

Relaxa à poltrona.

Lembra-se do livro/revista que trouxe e começa a folhear.

O tempo vai passando e de quando em quando você olha para a janela.

Admira as nuvens, o Sol (ou a Lua) e agradece muito pelos presentes naturais a que tem direito todos os dias.

Pensa nos que ficaram lá atrás.

Pensa nos que irá encontrar lá na frente.

Descansa.

Tempo depois a barra de cereal chega. Guarda-a para possível ocasião de desespero de fome (provavelmente quando estiver na rua).

Suco ou refrigerante?

No tempo da lasanha eu sempre preferia refrigerante. Era tudo tão delicioso.

Agora, vou de suco. Que tem gosto de água gelada com corante amarelo.

Vontade do banheiro aparece. Olha para ver se a luz da trava está apagada.

Livre, você entra se espremendo e o som ensurdecedor do lugar mais incômodo do avião toma conta de você. Faz e sai logo. Antes, torce para que não estejam perto de pousar e você tenha que sair dali correndo pelo corredor.

Horas/ minutos passam.

O comandante entra em contato novamente: chegamos.

Janela mais uma vez. O sorriso é maior ainda.

Vamos descendo, planando.

Paisagens admiradas. Outras nem tanto.

Lembramos da cidade do embarque.

Saudades já começam a bater a porta do peito ansioso.

Os pneus tocam saltitantes o solo. O coração se agita ainda mais.

A fila reaparece. Pessoas passam. Quase nenhuma lhe cede passagem. Mas todas vão parar no mesmo bat-lugar. Nada de correria.

Afinal, a parte menos prazerosa chegou: esperar as malas.

Curioso é que quase nunca sou uma das primeiras. Minhas malas gostam de ser gentis com as outras, como eu no avião, e deixam-nas passar (aos montes até!).

Chega a desejada. Confere o nome ou a fita de identificação que sua mãe sugeriu colocar.

Identidade novamente e bilhete.

Saímos para o saguão de desembarque.

Se houver gente esperando é melhor ainda. Os abraços, os sorrisos, a interrupção da passagem de quem vem atrás... a farofada saudável de quem sente saudades.

Se estiver sozinha, você segue imaginando quem gostaria de ali rever.

Em direção rápida ao ponto de taxi/ônibus geladinho.
Pega-o.

E ao seu novo destino (temporário ou não) você segue, possivelmente como eu, mais feliz.