sexta-feira, 18 de novembro de 2011

As melhores sensações - Viajar de avião

Dentro de uma semana algumas das melhores sensações do mundo, em meu singelo ponto de vista, estarão de volta.

Em sete dias voltarei a sorrir, in and outside, como uma boba.

Admito: desta vez haverá três belos e bons motivos.

1- Viajar de avião;
2-Cantar num palco com plateia e tudo;
3-Rever uma terra que há muito não via (neste caso, o Rio de Janeiro).

1-Viajar de avião

Só de imaginar já sinto o cheiro próprio do carpete, da poltrona pseudoconfortável, do banheiro com ruído sempre estranho, sinto o balançar do avião, ouço o pequeno incômodo auricular, e o barulhinho das rodas sendo guardadas.

Estou, desde o início observando tudo. Se pudesse, nem piscava os olhos já meio marejados.
A emoção do voo toma conta de meu coração que ulula em notas altas (de alegria).

Tudo começa com a espera. Esperar nem sempre é ruim.
Você olha, de quando em quando (sempre!), para a tabela com os voos.
Fica atenta à voz do aeroporto, aguardando o "Gol/Tam/Azul voo 1234 com destino a tananan. Embarque no portão A".

Nossa, é emocionante! 'Meu voo'!

Você pega a bolsa, depois de ter despachado a mala e feito o check-in há algum tempo (se for como eu estará lá 1 hora antes do embarque), e dirige-se à fila que se forma no portão 'A'.

Eu sempre olho para trás nessa hora. Como que conferindo se você é quem vai viajar desta vez - e não é quem está simplesmente tomando conta da mala.

Seus pertences na esteira passam, você segue tranquila pelo detector de metal e retorna suas posses a mão, meio geladas pelo frio rígido da sala de espera.

Atenta a qual entrada deverá seguir, procura o lugar mais próximo. Olha de relance para as pessoas que ali estão e tenta imaginar o que pensam.

Lembra-se que vai dividir espaço, serão três poltronas bem juntas.
Torce para que em nenhuma delas esteja alguém indesejável.

Ah! Principalmente cruza dos dedos para que nenhum sujeito, atrás de você, 'à vontade demais' fique chutando sua poltrona ou abrindo e fechando o compartimento para colocar sua barra de cereal (a nova 'refeição' do século XXI).

Nova fila se forma. Identidade a mão e check-in também.
Entra no "tubo" de onde soa um som meio estridente e abafado. O avião está no final dele.

Portas abertas, aeromoças sorrindo (não com o brilho de há alguns anos), e você pisa naquele carpete típico.

Avista o corredor e segue os olhos até o final dele.
Encontra seu assento, senta e trata de abrir logo a janela (afinal, eu busco viajar sempre ao lado dela).

Coloca o cinto de segurança bem antes dos avisos das aeromoças e do sinal logo acima de sua cabeça.

Parece até criança viajando pela primeira vez.

As pessoas vão entrando, entrando... esse tempo até parece interminável.

Você olha para o relógio e pensa: 'Estamos atrasados'.

Admito que não me lembro de algum dia ter partido na hora marcada. Mas nada custa esperar que aconteça.

Você dá um leve sorriso aos acompanhantes de poltrona.
Deseja, novamente, que sejam legais, ou pelo menos decentes.

O comandante começa a dar as boas-vindas com aquela voz de rádio patrulha (em meio a um zumbido meio incômodo do motor).

As aeromoças se posicionam e deslizam seus braços pelo ar a nos orientar em caso de acidente.

Olho para a 'bolsa' da poltrona da frente e pego o folheto já tão conhecido.

Gosto de revê-lo.
Como um velho companheiro de guerra que estará sempre lá.

Olho as imagens para ver se mudaram alguma coisa. Muito pouco ou nada.

Apertando os cintos, vira o rosto para a janela e abre um leve sorriso.

Damos ré e fazemos o retorno na pista. Tudo bem devagar (pode parecer rápido pra alguns, mas pra mim são os minutos mais demorados, mas que valem a pena).

Aproxima-se a hora preferida: o avião começa a correr.
Friozinho na barriga pede goma de mascar e reza (afinal, mesmo que se goste muito, nada custa pedir uma proteção).

O sorriso aumenta.

Estamos arremetendo.

Estamos no ar. Planando.

Leve zumbido aparece nos ouvidos.
Mastiga o chiclete com maior frequência.

Boceja (de sono - dependendo da hora do voo - e para aliviar a pressão do ar).

Aos poucos atingimos a altura ideal.

Linda! Como é bom nos despedirmos (ao menos por um tempo) da velha paisagem lá embaixo.

Relaxa à poltrona.

Lembra-se do livro/revista que trouxe e começa a folhear.

O tempo vai passando e de quando em quando você olha para a janela.

Admira as nuvens, o Sol (ou a Lua) e agradece muito pelos presentes naturais a que tem direito todos os dias.

Pensa nos que ficaram lá atrás.

Pensa nos que irá encontrar lá na frente.

Descansa.

Tempo depois a barra de cereal chega. Guarda-a para possível ocasião de desespero de fome (provavelmente quando estiver na rua).

Suco ou refrigerante?

No tempo da lasanha eu sempre preferia refrigerante. Era tudo tão delicioso.

Agora, vou de suco. Que tem gosto de água gelada com corante amarelo.

Vontade do banheiro aparece. Olha para ver se a luz da trava está apagada.

Livre, você entra se espremendo e o som ensurdecedor do lugar mais incômodo do avião toma conta de você. Faz e sai logo. Antes, torce para que não estejam perto de pousar e você tenha que sair dali correndo pelo corredor.

Horas/ minutos passam.

O comandante entra em contato novamente: chegamos.

Janela mais uma vez. O sorriso é maior ainda.

Vamos descendo, planando.

Paisagens admiradas. Outras nem tanto.

Lembramos da cidade do embarque.

Saudades já começam a bater a porta do peito ansioso.

Os pneus tocam saltitantes o solo. O coração se agita ainda mais.

A fila reaparece. Pessoas passam. Quase nenhuma lhe cede passagem. Mas todas vão parar no mesmo bat-lugar. Nada de correria.

Afinal, a parte menos prazerosa chegou: esperar as malas.

Curioso é que quase nunca sou uma das primeiras. Minhas malas gostam de ser gentis com as outras, como eu no avião, e deixam-nas passar (aos montes até!).

Chega a desejada. Confere o nome ou a fita de identificação que sua mãe sugeriu colocar.

Identidade novamente e bilhete.

Saímos para o saguão de desembarque.

Se houver gente esperando é melhor ainda. Os abraços, os sorrisos, a interrupção da passagem de quem vem atrás... a farofada saudável de quem sente saudades.

Se estiver sozinha, você segue imaginando quem gostaria de ali rever.

Em direção rápida ao ponto de taxi/ônibus geladinho.
Pega-o.

E ao seu novo destino (temporário ou não) você segue, possivelmente como eu, mais feliz.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Arranhando o disco aos 26 anos

Já se sentiu perdido em algum momento próximo ao seu aniversário?
Como se a agulha do tocador de LP de repente parasse e chegasse até a arranhar seu precioso Long Play?
A música parou por um instante.
Um instante crucial daquela faixa.
Talvez o mais importante para a harmonia do ambiente.

Subitamente você para a dança, o sorriso, ou pior, a cantoria.
E repara no ambiente.
A música, como uma ducha fria num dia congelante, te desperta para uma realidade distante da que você figurava enquanto vivia o sonho com o disco.

Antes que você possa voltar a por a agulha no lugar percebe que não há mais volta.
Você já não consegue tirar o olho da bagunça, da poeira, da realidade enferrujada.
Então, o ar que você exala paresse ficar escasso.
Um frio ronda o seu ventre.
A garganta entala.
A saliva se esvai.
E quando a pontada no peito chega, bem, assume a hora o desespero.

'O que eu fiz de minha realidade?' - você se intimida aos prantos vindouros.
A música fantasiava tudo tão bem que nem havia tempo para se preocupar em limpar os móveis, fechar a janela na época da chuva e evitar que papéis importantes em sua vida fossem desperdiçados.

Seria tão mais prático voltar a se concentrar no LP. Mas e o que há de concreto?
E as questões persistem em sua mente já torpe de pensamentos conflituosos.
'Por que me levei até este ponto?'
'Onde estava antes dessa bagunça?'
'Onde estão todos que pareciam estar comigo durante a música?'

Por mais difícil que seja aceitar aquele cenário é de sua responsabilidade.
É sua 'casa'.
É sua vida.

Aos poucos a claridade chega. A vista vai desembaraçando.
Porém, nada que faça tudo aquilo desaparecer. Pelo contrário, a realidade se torna tão lustrosa que você enxerga falhas há bastante tempo existentes por ali.
E compreende o valor do tempo perdido.

Não há memória que atinja o seu objetivo naquele momento: você não vai conseguir num piscar de olhos voltar e evitar o que aconteceu.

Entretanto, num súbito ar otimista que chega aos seus alvéolos, você percebe que ainda tem acesso ao tempo presente e evitar um reforço de um passado desperdiçado.

Não vai ser nada prazeroso limpar essa bagunça toda.
Ninguém disse que ter uma casa seria fácil.
Brincar de Barbie sempre será divertido.
Mas não será a sua vida.

Meu aniversário se aproxima novamente. Como há 26 anos. Muitos dos planos passados foram molhados e apagados. Não têm volta. Aqueles papéis já estão rotos demais para serem reescritos.

Separar o lixo é árduo. Chato. E meio angustiante. 'Por que os deixei se decompor?'
Foram-se.

Há outras chances, claro. Há papéis em estados melhores, ou menos piores.
E há sempre uma reserva de 'Chamequinho' e de caneta 'Compactor' (a Bic anda uma porcaria por isso a mudança necessária - tá vendo como é bom perceber certas coisas?).

Tenho saudades da música. Cantar é sempre tão mais feliz do que por as mãos na vassoura.
Aspirador de pó seria mais rápido, mas em nossas vidas não temos tanta tecnologia quando se trata de recolher momentos passados para a pasta 'Lixeira' de nosso próprio sistema operacional.

Bem, ando com ideias preguiçosas. É tão melhor metaforizar a vida do que vivê-la.
É lasca mesmo.
Então, com licença, preciso me lascar um bocado - afinal, a poeira está aumentando. E há indícios de nova chuva - caso não consiga organizar os móveis daqui até chegar à janela talvez mais papéis sejam perdidos.

domingo, 25 de setembro de 2011

Música, orgulho e alegria

Há exatamente um mês eu mudaria o meu rumo, graças a uma oportunidade única da Aliança Francesa do Recife.

Meu sonho seria o mesmo, mas o fôlego no voo seria bem maior.

A música se tornou mais concreta em mim. Eu passava a ser uma vencedora, com certificado e tudo.

Logo no raiar do dia 25 de agosto eu sentia uma brisa diferente. O sol, desde o começo do ano bastante tímido (diria até em crise bipolar), aquecia bem em meio a gotas caídas de um céu grafite.

Não ouvi os Bem-te-vis cantarolarem em minha janela, como o fizeram no chuvoso dia do ensaio em estúdio. Porém, o rouxinol interno não tardou a chegar. Sorriso por dentro e por fora, sentia-me como nunca. Afinal, aquele seria um dia especial que há tanto tempo esperara acontecer. Participar de um festival de música se tornaria realidade.

A ficha, finalmente, caíra logo após o café da manhã.

No Facebook, meu diário de bordo online, eu postava às 8h34:

"Friozinho duplo na barriga: Temperatura de Recife + Festival!
É HOJE!
:D
Segundo meu avô dizia, chuva é sempre bom para varrer as impurezas da humanidade e para trazer boas energias.
Então, beijo me liga, São Pedro! ;) "

O tremilique interno aparecia não por qualquer possível nervosismo, mas pela ansiedade de estar num palco.

Para relaxar um pouco (e inspirar-me) fui ao meu guia espiritual moderno, o YouTube (guia para aquecer o coração com música, risos e inspiração). Lá acalantei-me com a Piaf brasileira: nossa talentosa e adorável Bibi Ferreira. E afim de umas risadas procurei o pessoal dos Barbixas.

Ao aproximar da hora do ensaio no Teatro Barreto Junior sentia-me ainda melhor (seria possível?). Nem uma provável cólica parecia me afetar, assim como qualquer lembrança de um primeiro semestre bastante difícil. O corpo, o espírito, a mente e o ambiente pareciam harmonizados.

Ao chegar no teatro o sorriso se alarga. 'Seria ali o meu aconchego'.

Não desejava o título de campeã. Afinal, eu já era vencedora em reconhecer-me feliz num ambiente no qual me identifico.

Duas candidatas conheceria de cara: Alba e Elisa. Seus ares de divas da MPB não afetariam suas personalidades doces.

A produção apareceu. Milena e Pérola informaram-me sobre os detalhes do ensaio (e um pouco sobre o camarim, logo atrás do palco onde, naquele momento, a banda estava passando o som).

Subi ao palco mais serelepe (por dentro, ao menos) do que uma criança numa loja de brinquedos. Como era legal. 'Eu tenho uma banda só pra mim', pensava. Ensaiei uma, duas vezes. 'É de graça, então eu quero mais uma vez', brincava com os rapazes encantadores e profissionais da banda.

Durante o ensaio via três caras bem animados - que vibravam com minha música. Mal eu sabia que seriam mais 3 candidatos: Deusany, Belfort e Hamilton.

Atrás do palco um extenso espelho com as famosas luzes amarelas. Na estante, logo abaixo, frutas, pães, patês, queijo e Bis. Guardei um deste último para o dia seguinte - 'afinal, chocolate não faz bem à voz quando se vai cantar', lembrei.

Em poucos minutos, as meninas da produção me pediram para escrever em 3 linhas um resumo sobre minha relação com a música. Lascou! Três linhas já eram pouco e em pouco tempo mais ainda. As habilidades da jornalista, lembrando do professor que sempre puxava a orelha para a objetividade minimalista, voltariam velozmente. Não foram 3, mas 4 linhas e meia. Quase nada se comparado às duas páginas que já havia enviado antes à Aliança Francesa. Mas eram a demanda do momento. Inclusive, é bom dizer, fui a mais suscinta de todos. Aliás, tão suscinta que, pela experiência, prefiro caprichar em tempos futuros.

Os outros candidatos chegavam aos poucos. Todos uns amores. Incrível a sintonia. Nada de olhares estranhos, repulsivos ou arrogantes. Cada qual com o seu jeito mais ou menos tímido, engraçado, sério, gracioso. E a harmonia seguiu até a hora da apresentação.

Maquiagens a postos e foi um tal de espírito de mosqueteiros ('um por todos e todos por um'). Uma ajudava na produção visual, o outro no aquecimento vocal, a outra no suprimento de água, o outro na animação, a outra nos conselhos de palco.

Parecíamos amigos de longa data a torcer pelo sucesso alheio.

Os nomes começaram a ser chamados. Um por um, apresentação por apresentação, os que ficavam nos bastidores mandavam energia positiva, dançavam e cantavam com os colegas recém-conhecidos.

"Sete é o número da sorte da minha mãe.
Acabo de adotá-lo para mim também!
7ª cantora a se apresentar no Festival da Canção Francesa, daqui a dois dias!
=D", dissera no Facebook.

A sétima fui eu. Já avisado que queria o microfone paradinho no pedestal (para não haver problemas em recolocá-lo no meio da apresentação).

Depois do meu brevíssimo texto e de um aplauso caloroso da plateia entrei. O coração pulava como milho em panela quente. A música me faria a moça mais feliz do mundo. Os canhões de luz apontados para mim (e os óculos deixados na bolsa - para não atrapalhar o visual) embaçaram a minha visão dos espectadores. Mas eu via a luz. E era a ela que eu me dirigia (sabendo da presença de pessoas, logo abaixo dela, queridíssimas em minha vida).

Cantar foi sublime. Sensação já experimentada em outras ocasiões, porém não daquele jeito. Afinal, estava cantando como Endie Eloah. Solando. Ouvidos só para mim. Momento incrível de emoção e felicidade.

Aplausos calorosos. Gritos amigos de 'Diva', 'Linda' me preenchiam o coração já vibrante.

Sentei-me junto aos colegas de palco e recebi os primeiros elogios diretos. Vieram os próximos. Todos incrivelmente bons.

Todos foram tão profissionais que percebi a dificuldade do juri em escolher os três primeiros.

Enquanto os jurados estavam lá fora a decidir, ficamos com a apresentação incrível de Franck Rivet (legítimo francês) e com a participação especialíssima do Maestro Spock. Ok, assumo: estava ansiosa. Não via a hora de sabermos os resultados. A ansiedade, porém, se estendia a todos e todas.

No intervalo, aqueles abraços impagáveis! Minha mãe e eterna apoiadora foi a primeira. Seguida da minha avó Amélia, minha tia Nice e minha prima Sheyla. O amigo responsável pela inscrição no Festival, claro, estava radiante. Thiago não parava de iluminar o ambiente. A recém-amiga Viviane me presenteava com o sorriso bastante cativante. E a colega de técnicas vocais, Nalige, representava (e muito bem) a nossa professora queridíssima Dijanete ('anjinha' apresentada pelo eterno amigo e teacher incentivador de voz Flavio Franca).

Muitos não puderam ir. Mas muitos me mandaram luz. Luz essa sentida, de fato, pela amiga aqui. Luz vinda de Recife, de Manaus, de São Paulo e, até, da França.

Jurados retornam. Candidatos sobem ao palco. Coração? A sair pela boca.

Entretanto, algo me confortava. Sentia, de certa forma, que estaria entre as três colocações. Ou pelo menos o desejo era enorme.

Minha mãe, Nadja, tão bem me preparou dias antes, ao dizer que estivesse feliz por estar ali, mas que não ficasse a criar expectativas quanto ao resultado (trabalho psicológico de mãe não tem preço).

Terceiro lugar, Gilson Couto. O moço do Couleur Café (que agitara a plateia e os bastidores).

Segundo lugar, Alba Maria. A diva simpatissíma paraense, com forte presença de palco em La Javanaise.

Primeiro lugar? 'Tu ficou em primeiro, Endie', Milton - o moço, a priori, sério e tímido, que também encantara com La Javanaise.

'Eu? Não, Milton. Tem muita gente boa. Você pode ter ficado também.'

'Não, Endie. Vai ser você.'

Não quis querendo acreditar.

E não é que o danado sabia?

Endie Eloah. Primeiro lugar. (a rima, aqui proposital, selou a minha felicidade)

"‎1º lugar na etapa Regional do Festival da Canção Francesa!
Feliz demais da conta! Trop heureuse pelas vitórias: ter conhecido artistas da mais alta qualidade e simpatia; ter iniciado minha longa caminhada em minha carreira musical; e pela torcida super animada dos amigos e da família!
Rio de Janeiro, aí vou eu para a etapa Nacional (em novembro)!
Eu e a minha mais nova amiga artista: a paraense talentosíssima Alba Maria!
:D", publicaria no Facebook no dia seguinte, às 8h55.

Sensação de alegria, prazer, alívio, emoção, luz, calor e paz. A melhor noite de minha vida.

O carinho dos colegas de palco (todos ganhadores por estarem ali e por imprimirem tamanha união), da banda, da produção e, claro, da família, dos amigos e da plateia foi incalculável.

Foi sublimemente lindo. E me renovei.

Dali, segui a um barzinho com amigos. De lá, travesseiro (mesmo a alma a pedir mais, com o corpo pedindo descanso).

E cá estou. Ainda feliz, claro. Aliás, é uma de minhas fontes de felicidade. Qualquer probleminha: 'Endie, lembra: você ganhou um e vai para outro no fim do ano'.

No YouTube as visitas foram grandes. Sim, publiquei dois vídeos no festival: o da música (Les P'tits Papiers) e do agradecimento emocionado.

E assim vou. Seguindo acreditando no poder da música em mim e na dimensão que ela terá a medida que me tornar mais e mais profissional (e, consequentemente, conhecida).

O meu muito obrigada a todos e todas que proporcionaram a oportunidade de ser quem sou. À família, aos amigos, aos não muy amigos, aos ídolos e a Deus.

No mais, Rio de Janeiro, aí vou eu! :)

Alba-Gilson-e-Eloah-finalistas-do-Festival-da-Canção-Francesa-0443

 

 

Alba, Gilson e eu.

 

Festival turma

Os candidatos: Gilson, Belfort, Alba, Deusany, Helena, Milton, Endie, Leo Zadi, Elisa, Leo Trevas e Hamilton.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Mais

Eu quero ser mais, ter mais, produzir mais e sorrir mais.

Eu vou ser mais, ter mais, produzir mais e sorrir mais.

Mas tenho que trabalhar mais, renunciar mais, perder mais e lamentar mais.

(In)felizmente na vida temos que passar por momentos de "mais". Sejam eles bons ou ruins. Contanto que tenham um futuro propósito que valha a pena.

O meu valerá.
Tenho certeza.
Antes 'mais tarde' do que nunca.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Mulheres do mundo, uni-'vas'!

Vivo me surpreendendo com o tal do ser humano, principalmente com a tal da ser humana.
Incrível a capacidade que tal gênero tem de odiar o próprio gênero.
O que pra muitos poderia ser considerado estupidez, para elas é considerado autopreservação (com um bom toque de cinismo).
O que me irrita nessa história toda (e olhe que não sou uma pessoa que tendo a ficar pensando em irritações) é que um grupo que deveria ser unido por motivos óbvios não se vê como grupo! Veem-se como concorrentes. A eterna disputa por um troféu beleza. Se não beleza, ao menos, um troféu de melhor (em inteligência, simpatia, graça, liderança...).
O curioso é que isso as prejudica e nenhuma delas parece querer se importar com isso.
Já falei sobre este tópico anteriormente, mas como é uma questão de saúde mental pública costuma se repertir frequentemente.
É uma infeliz constatação saber que mulheres odeiam mulheres. Como se não houvesse uma maneira de elas enxergarem que não se deve tratar a questão como disputa.
Não existimos porque devemos nos mostrar melhores que as outras.
Não somos geradas para derrubarmos as demais candidatas num concurso por um ego mais elevado.
Homens, em sã consciência (ao menos), não querem ver mulheres se rebaixando ao posto de neanderthais (?) em nome de um coração, de um emprego ou de um 'reconhecimento' coletivo.
Meninas, isso se chama burrice!
É sim! Burrice é não querer enxergar bem a possibilidade tamanha que temos de sermos humanas melhores quando nos unimos - ou pelo menos quando não tentamos por o salto plataforma na frente da perna alheia. Talvez seja bastante difícil no começo - como é difícil reconhecer o fato de muitas de nós estar nesse dilema de 'exterminadoras de sucesso alheio'.

Claro, isso parte também dos homens. E de gays. (Espero que ninguém me xingue por usar a palavra "gay" e nem venha com discurso para encher a internet com mais um comentário descabível. Afinal, se há gays e eu os respeito porque não posso usar tal vocáculo?)

O ser humano, instintivamente, é bastante competitivo. A tal busca pelo osso maior é incessante, mesmo quando a gente sabe que o importante não é ter o maior, mas o suficiente para a gente se alimentar.

Agora, é óbvio (como uma amiga minha costuma dizer) que quando tentar nos derrubar a gente não vai ficar repetindo discurso de professora do primário: "Menina, isso é feio! Vou contar para a sua mãe!"

Se até o Divaldo Pereira Franco, que é o Divaldo, disse que se defende quando é destratado, então por que não podemos fazê-lo? A questão é só o modo como fazemos. É como o código penal costuma bem dizer: legítima defesa é você se defender fazendo uso dos modos e meios necessários para evitar o prosseguimento da má ação. Bem, há insistentes, piolhos, cri-cris... Para estes o remédio é um só: reze para esta (ou este) mal-amado e para o anjo da guarda dela (dele) - porque este parece estar meio ocupado demais jogando o Karaokê novo de Glee, no Wii. ;)

Ah! E não esqueçam de pedir também por vocês mesmas (os). Afinal, de vez em quando a síndrome de Pato Donald nos ataca e descontamos um bocado em nossos Tico e Teco - que normalmente ficam bastante chateados quando os tratamos assim. Pois a raiva só faz mal ao nosso próprio corpo.

Sei que talvez volte a repetir o post de considerações sobre o egoísmo e a inveja femininas. Ao menos espero que quando o faça esteja ainda mais confiante de que a situação caminha para uma solução pacífica nesta evolução, tão árdua, da humanidade de seres humanos de saltos tão afiados.

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segunda-feira, 28 de março de 2011

A minha adorável irmã



She was everything that I've asked for when I was a child.
She was everything and more.

E se acaso ela estivesse presente, faria hoje 16 anos.
16 anos de muito carisma, resmungo, abano de rabo, calma, doçura, carinho e luz.

Sinto a falta dela como quem sente a falta de um parente muito próximo que morreu de súbito, mesmo sabendo que o tempo de vida de uma cadela não é tão grande.

Para alguns, ela pode ter ultrapassado as expectativas. Para mim, não.
Por mim, ela ficaria enquanto eu ficasse.

Era por ela que eu voltava pra casa, tantas vezes, mais cedo, para descer o elevador e satisfazer, apressadamente de minha parte, as suas necessidades fisiológicas.

Mas eu também voltava mais rapidamente por saber que com ela me divertiria - mesmo se ela estivesse resmungando, ao lado da mesa de jantar ou da pia da cozinha, por um pedaço de comida.

Alimentava da melhor ração! Porém, insistia em petiscar "porcarias" de ruas. E queria, por que queria, nosso prato.

Carne moída, fígado e latinha de carne ou frango eram suas paixões!

E a danada curtia frutas também!
Mas só as mais caras (costumávamos dizer que ela era fresca - ou metida à chique).

Melão, maçã argentina, pera, uva (não a verde azeda, a docinha mesmo) e passas traziam os latidos mais altos e agudos de sua voz grave.

Aliás, voz que colocou muito medo em crianças e adolescentes da vila em que residiu durante seus primeiros anos de vida. E quando elas viam o tamanho da criatura, só faltavam rolar de tanto rir.

Risos foi o que ela mais me arrancou. Principalmente quando, chateada ao não ser atendida, tentava aprontar algo.
Se descoberta, pronto!
Ela se denunciava na hora!
O rabinho entre as pernas não enganavam.

A minha trela preferida era quando ela abria bala de menta com chocolate (não era qualquer uma) sem comer a embalagem.

A danada não era só esperta. Era muito inteligente.
Ouso: mais do que muitos humanos por aí.

Com certeza, pelo brilho que ela sempre irradiou com seus olhos docemente encantadores, ela está muito bem acompanhada - e divertindo outros seres lá em cima.

Quem sabe não a encontre ainda nesta minha vida? Pois queria muito poder fazer um carinho em sua barriga comprida e macia ao menos mais uma vez.

À minha irmã de muitos apelidos, eu dedico este carinhoso e saudoso post.
Muito obrigada por tudo!
:)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Feliz 2011 (mesmo com perdas)

2011!

Nem escrevi ainda?

Ainda.

Mas nunca é tarde.

Bem, feliz 2011, primeiramente!

Segundo, este ano começou com tudo pra mim. Com tudo o que muitos não desejariam: perdas!

Digo 'muitos' porque alguns, como eu, preferem que os fardos mais pesados sejam carregados logo no começo.

O famoso 'pisar na m@#$%' é melhor logo de cara, porque nos deixa sempre alerta pelas passagens do caminho novo.

Minha irmã desencarnou no dia 14 do mês passado.
Uma dachshund linda de quase 16 anos.
Irmã sim!
Quem tem ou teve um cachorro e se apegou a ele sabe do que falo.

Não comentarei detalhes sobre ela neste post porque pretendo fazer um só pra Laiza. :)

Também perdi móveis. Quer dizer, passar por um processo de separação de pais não é fácil. Não falo nem tanto da questão emocional - já um tanto abalada pelos anos de má-convivência - mas pelo aspecto material.

Com minha mãe permaneci com cerca de 10% do que restou da casa. E com o apto.

Apesar de acharem pouco posso dizer que foi o maior patrimônio que poderíamos ter ganho e que fazemos questão de preservá-lo: paz.

O lar é o nosso apoio físico maior. E se ele não é desejável nada neste mundo poderá sê-lo. As coisas não se equilibram quando o lar não está equilibrado. Numa lei de ação e reação poderosa.

E com todas as perdas há sempre ganhos.
Os meus são irrefutáveis: saudade, paz, saúde, autoconfiança e luz.

Como diz o ditado: "o resto a gente corre atrás". ;)