Hoje eu quero falar de amor, largar o cólera que se enraiza nos posts das redes sociais e disseminar sentimento bom em meio ao caos. Meu coração se conecta ao meu rosto e resulta em sorriso largo, o qual volta a umedecer os olhos verdes que há muito trilhavam caminhos secos (a raiva das amarguras, principalmente com este cenário nacional, resseca a vida).
Delicioso voltar para casa com riso fácil e lembranças felizes. E o melhor é saber que foram pessoas, de carne, osso e emoções, e não filmes e seriados, que ressuscitaram o que há de melhor em mim: meu otimismo sobre a vida.
Pessoas que prepararam um café da tarde com croissants e folhados franceses, presentearam-me com meu chocolate preferido e com uma cesta de produtos aos quais usualmente recorro, fizeram um cartão personalizado, reconheceram com palavras e gestos o meu valor enquanto parte da equipe e me pediram, com olhos marejados, para que eu volte sempre que der com conselhos de viagem, de seriados ou apenas para aquele bate-papo culinário, tão típico de servidores públicos.
Paralelamente, outras pessoas me receberam de sala e braços abertos para o retorno a uma das atividades que alimentam a minha inquietude humana. Meu espaço na comunicação social voltou à ativa após uma pausa de pouco mais de dois anos. Necessários, sobretudo, para o engradecimento pessoal. Os aprendizados foram muitos e meu senso de família off-blood se expandiu.
É, minha terapeuta é feliz ao me lembrar de que a maneira como enxergamos o que nos acontece e o que fazemos é uma questão de escolha, como sempre faz questão de destacar o caro filósofo Mário Sergio Cortella. E ter essa perspectiva faz uma baita de uma diferença.
Ademais, em meio a um projeto quase caído de paraquedas durante uma fase assaz turbulenta, tenho a estimada e honrosa ajuda de um amigo para desenvolver ideias e tornar a concretização do projeto uma fortuna inestimável. Além daqueles que no meio da trilha mostraram-se solícitos ao se lembrarem de mim, preocuparem-se com meu bem-estar e responderem aos meus chamados sem pestanejar, encorajando-me a crer que esta nação também é feita de pessoas que exalam amor, muito amor, mesmo em tempos do cólera.
Trilha sonora do texto:
Billy Joel - Vienna