Queria saber escrever uma carta de amor, daquelas de aquecer o coração de quem a lê. Para poder fazer jus a quem exalava amor por onde passava, com o olhar sempre carinhoso. Alguém muito querida se foi hoje. Que tinha tanta luz que ao ir embora deixou em seu rosto um ultimo sorriso, sua marca registrada.
Tia, nós não tinhamos tanto contato, mas sempre que mamãe se encontrava com a senhora, você sempre perguntava carinhosamente por mim. Isso aquecia meu coração. Pois você era uma das minhas pessoas favoritas, um exemplo de que apesar de qualquer pesar, existem pessoas que continuam a amar, a tratar bem os outros e a ficar feliz com a felicidade alheia, algo tão especial e raro num mundo de hipocrisias e extremistas.
Este ano, mesmo com a distância de mais de 6 mil quilômetros, nos aproximamos. Passamos a trocar mensagens de torcida recíproca. Em sua última mensagem, há duas semanas, você me disse que estava bem como sempre dizia que estava (mesmo com a saude tão debilitada). O seu carinho pelos outros era tão grande que nunca queria entristecê-los, nem mesmo com a piora de sua saude.
Ainda nessa mensagem, você se mostrou tão feliz com meu projeto do mestrado. A torcida continuava forte, mesmo na sua dor. E me desejou, mais uma vez, felicidades, com os tradicionais corações. Você me chamou de vitoriosa pelo sucesso que tinha em meus projetos. E eu lhe digo, sem pestanejar, que minhas vitorias são possiveis porque sou cercada de pessoas especiais, cheias de amor, como a senhora era. Muito obrigada! E que seu sorriso siga iluminando outros seres, privilegiados como eu e minha familia éramos com a sua companhia.