sábado, 1 de dezembro de 2012

Sonhos

"Sonhos são como deuses
Quando não se acredita neles, deixam de existir."

Paulinho Moska nos brindou com uma versão do que é sonhar.
'Admito que perdi' tilintou meu ouvido e minh'alma com o poder de criarmos deuses.

Sim! Pois que deuses moldamos.

Alguns de nós usam fôrmas de tamanhos e qualidades diferentes. Umas maiores, outras diminutas.
Há pessoas que nem se arriscam. Outras que riscam por elas e por essas últimas.

Mas o que deveras é o sonho?

Fantasia? Devaneio? Fuga da realidade? Quantas traduções haverá para tamanho mistério das mentes humanas?

Creio nele como uma prova de nossa existência. Algo que nos conecta à vida e à morte (interligando com o texto anterior: Viver para Morrer/ Morrer para Viver).

Uma amarra?
Uma âncora?
É, talvez uma âncora que nos faça lembrar de que somos capazes de voar além, sem esquecer de que os pés devem retornar ao chão.

E o que nos faz sonhar?
Certamente um impulso terrestre nos serve de mola para alcançarmos as estrelas.

Um objeto de consumo?
Uma profissão desejada?
Um certo alguém?

Muitos podem ser os motivos.
Alguns passageiros. Outros cobradores.
Porém, nenhum deles deveria ser causa de autopunição.
Mas acabam sendo.

Frustrações aparecem por sonhos que se afastam.

O tal do tempo e sua fugacidade inexorável.

Vivemos para o tempo. Prendemo-nos ao tempo de viver (no automático) e esquecemos do tempo de sonhar (bem acordados).

Seja uma dança, o desejado trabalho ou a casa própria, a conquista do almejado é sempre muito energizante.

Diria até que sonhar é engrandecer-se.

Pior do que não atingir o alvo é esquecer-se de que podemos renová-lo.

O passado muitas vezes nos prende de tal maneira que olvidamos que a vida se faz no presente.

E o presente, por certo, não nos furta os sonhos. Ele nos presenteia, a cada noite, com novas possibilidades, novas fôrmas.

Infelizmente, medos existem para invadir nossos peitos, algumas horas sem armaduras, e degladiarem os corações despreparados.

O antídoto aos pesadelos é notar a vida fluindo. Sentir ligar a máquina diária da existência e não deixá-la enferrujar, para não acabar quebrada no meio de uma estrada deserta de possibilidades.

É entender que não somos escravos de nossos desejos, e nem dos alheios.

Sonhar é ser. E ser é infinito.

É conquistar-se. É poder.

Mas o poder não corrompe?

O homem se corrompe.

Se autossuborna para, muitas vezes, crer num mundo de niilismos.

E em qual momento podemos acreditar que o sonho pode dar certo?

Receios ocorrerão sempre. Fazem parte da caminhada alguns desequilíbrios esporádicos. Afinal, nossas estradas se pavimentam a cada novo dia.

Ok, mas e quando saber se o sonho é, de fato, possível de sair do mundo das ideias?

Por certo, não receberemos uma notificação disso.

Apenas acordaremos. E quando acordarmos e virmos o 'deus' moldado estaremos prontos para tirá-lo da fôrma, por vezes arranhada e levemente queimada.

Enfim, só não desista de sonhar.
Porque apenas sonhando é que poderemos ser/viver.

2 comentários:

Kati Monteiro disse...

é...são os sonhos que nos movem... senão seriamos vazios.
Que om ver os seus sonhos alimentados neste blog. =)
Beijos

Endie Eloah disse...

:D
Ando bastante inspirada e com ânsia de escrever ultimamente, Katy.
Quase como uma compulsão.
Mas positiva. ;)
Beijos!