quarta-feira, 20 de março de 2013

Verdade de Março

"Mas o que é
Vida afinal?
Será que é fazer
O que o mestre mandou?
É comer o pão
Que o diabo amassou?
Perdendo da vida
O que tem de melhor"

(Verdade Chinesa)

Hoje meu estômago acordou embrulhado. 
A garganta, travada.
Os pulmões, enrugados.
O coração, apertado.

A energia da música me informava, de uma forma física, a perda de mais uma voz. O brilho marcante e amável de Emílio Santiago se foi.

O mês de março, de repente, tornou-se o mês das despedidas. Chávez, Chorão, Emílio e o pai de um querido colega.

Aos goles de um chá de boldo, sem adoçante, meu estômago pode até me deixar desembrulhá-lo, porém, a inspiração segue restrita. O oxigênio chega fraco, como água com açúcar para abrandar o coração abatido.

E a morte, que prende os que ficam à saudade, incomoda-me!

Todos os conhecimentos teóricos sobre ela caem por terra (e se enterram). É quando a pele encontra o espinho da rosa (vermelho-sangue pulsante) da vida que passamos a encará-la sem o olhar, até há pouco tempo, inocente.

E quanto mais corremos desse roseiral, mais nosso tecido cutâneo se machuca. E mesmo o Merthiolate ainda o faz arder!

Fugir seria se esconder atrás do vento.

Encarar é saber apreciar a estufa, reconhecendo que há passagens extremamente espinhosas. A questão é não parar num lugar mais confortável e por lá se acomodar. 

O medo nos deixa alerta, faz o sangue percorrer as veias mais friamente. Mas ele tem que ser revisto, pois, em vez de ser uma ferramenta de proteção, o receio constante nos congela, aprisionando-nos a ponto de um equilíbrio cômodo e obsoleto.

Precisamos ultrapassá-lo, como numa corrida contra si mesmo. Ou seria a seu próprio favor?
Sim! Podemos até apressar os passos a nosso caro favor!

E quem sabe se, mesmo com os espinhos do labirinto factível, o perfume das rosas não nos faz querer perceber que anoiteceu. Olhar para o céu e ver como é bom ver as estrelas na escuridão!
Pois o que vale é o sentimento e o amor que a gente tem no coração!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Desabafo de uma mente cansada

Não consigo me concentrar!
Este mundo de percentualidades injustas não me pertence!
Devo aproveitar a chance para perceber que a minha mente pulsante não se limita a cálculos de proventos.
Eu quero mais!
Poder sair das amarras de legislações e números defasados.
Minha massa encefálica treme só de pensar na possibilidade de dedicar mais alguns dias a conhecimentos (quiçá) inaproveitados por mim.
É claro que eu gosto de aprender!
Mas isso?
Desde quando sentir pesar suas pálpebras ardentemente é aprender?
Eu sou mais!
Esses números estão para mim como o porco-espinho está para o urso panda.
Enquanto meu corpo se faz presente, sentindo um contragosto, minha mente flutua num universo paralelo de sonhos e realidades a serem perseguidos.
Eu posso mais!
Mortes recentes minaram minhas fraquezas humanas e estou com as veias e as artérias acordadas, numa insônia de aparência incurável.
Eu vou mais (longe)!
E que minhas pálpebras não se cansem facilmente, pois que a decisão em rumar sob o impulso da garra de Poseidon está lançada nesse mar infinito.

(Texto produzido durante um curso intenso, de um assunto não querido, provocando, consequentemente, uma série de questionamentos filosóficos numa sala de aula. Incrível como leis combinadas com um sistema defasado podem me fazer querer ser mais!)

domingo, 10 de março de 2013

Chorando por uma ponte destruída

Fiquei triste. Ainda estou.

Digerindo, aos poucos, os goles amargos de uma vida perdida.

Não, perdida não. Desprendida.

Desprendida de amor-próprio, de autopiedade e de autorreconhecimento.

Com toda a condenação feita ao egoísmo, reluto em nome do amor a si mesmo. Por que não?

Ser egoísta também é se amar. O importante é saber dosar. Não o amor, mas o egoísmo, por certo.

Por mais que possam vir condenar o meu raciocínio, ninguém merece deixar de pensar em si.

Os caminhos são pedregosos, espinhentos e cheios de truques.

Devemos nos preparar para o "Jumanji". Jogar em parcerias sem se deixar prender pelo jogo.

Infelizmente, enquanto uns se entregam aos desafios propostos, outros propõem desafios aos que ficam para viver.

Alexandre Magno Abrão, o eterno Chorão, tão jovem, foi um deles. Um dos que largaram o desafio e preferiram se deixar engolir pelo jogo.

Jogou contra si e não percebeu a sua riqueza.

Quantos, ricos de lições a compartilhar, já não nos abandonaram nessa selva urticante?

Lágrimas derramadas durante um café da manhã, aparentemente rotineiro, não o trouxeram de volta. Nem mudaram os rumos da situação necessitada de crença.

Assumo que seguirei derramando quantas forem precisas, mesmo que a cada gota um gosto de esperança nessa aventura terrestre se esvaia.

E como uma amostra das riquezas do Chorão, posto uma letra da qual gosto muito, e que vale a pena ser bem apreciada e vivida.


Pontes Indestrutíveis

Charlie Brown Jr.

Buscando um novo rumo
Que faça sentido
Nesse mundo louco
Com o coração partido eu
Tomo cuidado
Pra que os desequilibrados
Não abalem minha fé
Pra eu enfrentar
Com otimismo essa loucura
Os homens podem falar
Mas os anjos podem voar
Quem é de verdade
Sabe quem é de mentira
Não menospreze o dever
Que a consciência te impõe
Não deixe pra depois
Valorize a vida
Resgate suas forças
E se sinta bem
Rompendo a sombra
Da própria loucura
Cuide de quem
Corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura
Fragmentos da realidade
Estilo mundo cão
Tem gente que desanda
Por falta de opção
E toda fé que eu tenho
Eu tô ligado
Que ainda é pouco
Os bandidos de verdade
Tão em Brasília tudo solto
Eu faço da dificuldade
A minha motivação
A volta por cima
Vem na continuação
O que se leva dessa vida
É o que se vive
É o que se faz
Saber muito é muito pouco
"Stay Will" esteja em paz
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Prosperar também
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem
Resgate suas forças
E se sinta bem
Rompendo a sombra
Da própria loucura
Cuide de quem
Corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura
Difícil é entender
E viver no paraíso perdido
Mas não seja mais um iludido
Derrotado e sem juízo
Então!
Resgate suas forças
E se sinta bem
Rompendo a sombra
Da própria loucura
Cuide de quem
Corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Prosperar também
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem
Viver, viver e ser livre
Saber dar valor
Para as coisas mais simples
Só o amor constrói
Pontes Indestrutíveis

segunda-feira, 4 de março de 2013

Navegar é preciso! (Só não quando o fazem por mim)

Diz o ditado: "O passarinho não canta porque está feliz, ele está feliz porque canta".

Não tenho cantado o quanto quero, nem o quanto preciso. Mas fico feliz quando o faço. Minha felicidade é, também, cantar.

Pensando no que tanto quero é que comecei a me perguntar: o que de fato quero?

O questionamento é bastante pertinente em meu cenário um pouco agitado, assumo, ultimamente.

"Donas de Felicidades" têm me procurado. Então, deveria estar receosa? Receosa pois que estou, e bastante.

Felicidades alheias são boas, igualmente me fazem bem. Porém, o que me intriga são aquelas que tentam visualizar em mim. "Aquela velha opinião formada sobre tudo".

Todo mundo tem opiniões (e pitacos, sim, esses vêm aos montes - e têm sido recorrentes em minha vida, até então levada a passos calmos e calculados).

O incômodo surge quando essas opiniões interferem no meu ser.

Sou simples. Mas não o sei ser quando o são por mim.

Fico confusa. Estou confusa. E isso é ruim.

Ok, por certo admitamos a importância de se mexer nas estruturas. Ventos mais fortes são bons para mover as velas.

Entretanto, e quando esses ventos ajudam a chamuscar as velas?

Chamas clamam pela vida. Mas pelo fogaréu e pelos ventos intensos minhas velas estão quase a derreter.

São fogos e artifícios alheios que têm aparecido com uma intensidade jamais vista.

Devo admitir que gosto de rotinas até certo ponto. Temperos diferentes são sempre bem-vindos, de quando em quando.

Porém, quero poder mudar a direção das minhas próprias velas. Içar a âncora e navegar mares desconhecidos. Desbravar terras diferentes que me façam querer conhecê-las mais e mais. Apaixonar-me pelo novo horizonte e com a possibilidade de segurar o leme de minha embarcação.

Há capitães de areias por demais ao meu redor. Acho que estou vendo a hora de a tempestade em mim brotar e devolvê-las às suas praias, onde deveriam ficar, para que possam ser ao menos, e com tanta empolgação, matéria-prima de castelos quiméricos.

"Intenção sem ação é ilusão. Ouse fazer e o poder lhe será dado", disse o Dr. Lair Ribeiro (em O sucesso não ocorre por acaso).

Eu quero. Eu vou conseguir o que quero.

(Peço permissão pela cacofonia a mim necessária, tamanha a vontade de escolher as minhas próprias cartas náuticas)

Só não quero que o que quer que eu queira queiram-no por mim!