Estive com uma dor de cabeça inconsequente durante esta tarde. Destas que atingem os bastidores dos olhos. Será que algo não visto incomodava-me?
Pudera! Pensamentos juvenis de um coração dado por perdido invadiram a mente da mulher sonhadora. Vinte e sete anos de reflexões constantes sobre todos ao meu redor renderam-me um desprendimento tamanho da realidade, mesmo nela inserida, que me conduziram a uma prévia sentimental angustiante: por que eu não sei o que é estar apaixonada?
Encanto-me fácil pelas possibilidades do que é belo e único. Mas ao me inserir em contextos mais factíveis pego-me numa cilada conflitante. Sou tanto amor e nunca amei. Incompreendo-me: eu sei o que é amar?
Sorrisos cheios não parecem preencher o vazio da dúvida.
Mas e a paixão em minha vida? A chama que arde no ventre humano que faz romper ciclos normais de batimentos cardíacos? Acho que no máximo, para ser otimista comigo, já enxerguei sinais de fumaça internos. Bom ou ruim? Enfim, houve.
É claro que a romântica declarada desejou poder se sentir como as protagonistas das comédias românticas das quais tanto gosta. O "par perfeito" ficaria de fora, afinal a realidade não é tão simétrica.
Então, o que faltou? Não, espera! Ainda não acabou!
Então, o que falta? Não espera!
Repreendo minha energia ilógica sobre esse desconhecido amor.
Desconhecido? Não em um contexto familiar, atesto.
Em contexto de relacionamento a dois, protesto.
E entre infinitas autorreflexões, consigo ouvir as vozes mais importantes em minha vida:
"Minha filha, a vida sem amor não vale a pena", afirma com propriedade a minha avó materna.
"Endie, você é única e cheia de luz. Então, não se arrependa sobre essas questões", conforta convicta a minha mãe.
Assim, sorrio mais leve com a lembrança de amores fraternais na esperança de amor(es) a dois.
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