Meu olho esquerdo vibra.
O lado direito do pescoço dói.
A mão direita desequilibra.
A respiração ofega.
Os poros umedecem.
A paciência não releva.
A insatisfação cresce.
Sonhos se vão.
Esperança esvanece.
O vento seco procura esfriar
O coração ferido que tenta buscar
Saída na umidade relativa do ar.
Ar que procuro sorver
Mas a força se faz trêmula
E renovação de energia ousa nascer.
Em minhas veias pulsam alegrias.
Tento encontrá-las a fim de dissipar
Decepções que tentam meu otimismo castrar.
Músicas são remédios para a alma
Há 27 anos empreendendo ritmos
Em sua maioria afinados, mas por vezes sem quase calma.
Salvando-me das quedas bruscas
De topadas e arranhões
Que por ventura meu brilho ofusca.
Mas o mundo não é o mesmo
A percepção cada vez mais rígida
Faz a encantadora carregar seu peso.
Quilos de intolerância com vazios
Que se multiplicam em meus caminhos
Desertos, por vezes, de samaritanismos.
O amor almejado nem quer aparecer
Apenas aquele de família
Sim, é claro, pelo qual tenho muito a agradecer.
Insatisfações tomam conta de parte do corpo
Longe de ser perfeito, mas com grande recheio de bondade
E sem qualquer moralismo torto.
A voz mais madura muitos agudos quer soltar
Solando nessa vida nunca fácil de lidar
Mas sei que ouvidos prontos para ouvi-la vou encontrar.
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