sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Sentir

Alguns podem questionar o fato de alguém acreditar em vida após a morte, reencarnação, e ser tão emotiva após a 'perda' de alguém. Se sabemos que a real existência continua após a permanência física do envoltório corporal, por que, então, as lágrimas (e os questionamentos críticos aos níveis superiores)?

Falta de fé? Falta de raciocínio lógico? Falta de costume?

Não me acostumarei às mortes. Acredito na vida e não me entregarei ao consumo do fim corpóreo. A mulher, que desde cedo se acostumou a acreditar nas pessoas e a lutar, do seu jeito, por um mundo mais justo, nunca deixará o canal lacrimal enferrujar.

Foram três mortes de conhecidos este ano. Um mais próximo, mesmo que nem tenha sido um familiar. Mas há sempre aqueles que, mesmo passando por um breve momento, fazem a diferença na escolha de nossos próximos passos. São sementes do passado que geram frutos únicos no futuro.

Não é de hoje que falo de perdas e ganhos. De vida e morte. Mas os últimos baques, dessa vez mais reais, têm sido pesados. É difícil ajeitar o salto depois que os pés se machucam. Dói.

Remédio? Cura? Numa tentativa clichê de encontrar a resposta para o término do texto, e o cessar do rosto úmido, digo-lhes que o tempo é a resposta. Curto. Longo. Depende de cada ser. Sendo eu alguém com uma tendência forte a procurar sorrir, o tempo tende a ser generoso com as marcas. Não as apagará. Afinal, quero mantê-las para sempre para me lembrar de que a nossa história é feita de emoções. Deixem elas marcas ou não. Porque o que me importa nesta vida é nunca deixar de senti-las.

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