Os pés doem, mas a caminhada foi necessária.
A greve do ônibus e de fé na humanidade, ao menos por 24 horas, não me impediram de seguir magoando os suportes inferiores.
Não chega a ferir, não os pés, mas algo superior.
Caminhar não é indolor.
Exige atenção e cuidado para todos os lados.
Sinais, carros, pedestres, sons, olhares, reflexões.
E quando há sinais que alertam o seu estado de espírito é que as passadas parecem durar mais do que uma eternidade.
O importante é não desistir de chegar ao final da sua jornada acreditando que fez o que devia.
Cortes fazem parte. Merthiolate e bandaid muitas vezes não dão conta.
Sair da estaca zero é perder-se sem razão para voltar. É caminhar sem rumo em busca dos tais momentos felizes.
A cada novo nascer do Sol é importante lustrar os dentes em sua luz. Recarregar os pulmões é imprescindível. Puxar do fundo da alma em conflito aquela última bolha de ar e sentir que existe jeito para acreditar que podemos ser feitos de esperança.
É muito difícil notar isso e fazer a diferença. Nossa como é árduo caminhar contra a maré do status quo!
A água, por vezes, ferve, queima os pés.
Mas nem lava vulcânica me tira da única certeza que tenho: a de que nenhum calo vale a pena o abandono das passadas firmes.
O salto quebra, mas não terei problemas em adaptar o scarpin para uma sapatilha.
Às vezes, é preciso estar mais próximo ao chão para poder tocar as nuvens.
2 comentários:
Gostei do perto do chão para tocar as nuvens. É bem o que tento fazer hoje.
E que as greves não durem. Principalmente a de fé, porque ter fé é preciso.
Abs,
É verdade, Georges!!!
É preciso e muito!
Abraços e um 2014 inspirador!
:)
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