segunda-feira, 4 de novembro de 2013

(Di)Versificando

Quero parar e desviar pensamentos.
Desabotoar as prisões externas envenenadas de cinismos.
Fechar o circo vicioso de palhaçadas cotidianas.

Nada custa o mal estar.
Na geração que vive a dedilhar.
Vidas alheias ao que realmente deve importar.

Observo. Os pulmões aceleram.
A cabeça urge de pensamentos descompassados.
Nem ao menos a graça de dançar como uma bailarina parece tanto me apetecer.

O que essas criaturas fazem?
Entendem o que fazem?
Não, muitos simplesmente desfazem.

A sacola pesa no ônibus, não carregam.
Ao 'bom dia', mesmo com sorriso sincero, não respondem.
Na troca de favores, tem sempre o lado que escapa quando deveria agir.

Sociedade de pessoas mortas.
De respeito, de cuidado, de decência.
Há falência e decadência de valores sólidos.

O que vale invalida a luz.
Na escuridão, seguem mentes sórdidas e frívolas.
Nem ao menos levantam os olhos de suas caras máquinas caras.

Para onde seguem?
Para onde afundam?
Até quanto afundam?

Sigo em chamas de dúvidas.
Peço-me para não desistir de sorrir.
Impeço-me de me iludir.

Sorrio, se tenho vontade.
E que essa vontade não me leve a auto-obrigações diplomáticas.
Porque o que (ainda) vale para mim é respeitar o querer e o ser.

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