Não me lembro onde perdi a mão dela!
Estava bem próxima de mim durante tanto tempo.
E num piscar demorado de olhos, pluft, ela se foi.
Era uma parceira de aventuras, uma amiga incansável.
Sobrava-me tempo até para querer mais.
O presente era mais intenso e menos questionado.
Numa dança constante pelo alcance desafiado.
Olhei para o céu, por um instante.
E no abobalhar desprendi-me do que me impulsionava.
A graça e a disciplina estrita me puxaram as mãos.
Passava a nem ter mais os pés tão leves de outrora.
Botinas me guiaram a direções menos cômicas.
E o interior da mente se expandiu num mar balsâmico.
A calmaria rendeu-se ao título de paisagem intocável.
Nas aparências polidas escondiam-se potências duvidadas.
Se saudade pusesse temor ela, então, não buscaria ressurgir.
Para que a mulher em constante imposição
Pudesse elaborar um reconhecimento infeliz
De que a vida sem ela a destrona de aprendiz (como bem sempre quis).
Então, onde ela estará?
Em meio ao medo que persiste em se travestir de conforto sutil, repenso em aprender a procurá-la.
Faço da minha falta de autodesafios em exercícios aeróbicos um bloqueio de benquerença.
E nas atividades simples secarei as possíveis lágrimas de angústia antecipada para dar lugar, mesmo que em passos desequilibrados, à busca por ela que já me fez tão melhor.
É nela que minhas mãos preferem se apegar.
Que o medo se prepare para que o equilíbrio libriano faça acontecer, enfim. Ou melhor, em começo de uma boa caminhada.
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