domingo, 30 de junho de 2013

A 7ª arte das composições da vida

Édith Piaf, Charles Chaplin, Richard Gere, Luciano Pavarotti.

O que eles têm em comum?

O quarteto fantástico, assim os considero nesta semana que se encerra, ajudou-me a ratificar a direção de meus pés.

As vidas e as mensagens de Piaf e Chaplin mostraram que o sucesso nunca vem da maneira mais fácil.

Não aquele de subcelebridades. Mas o que marca, o que deixa o legado por gerações e gerações.

Gere me tocou o coração emotivo com a história "Para sempre ao seu lado". Incontáveis lágrimas escoaram no rosto impressionado com o exemplo de amor, companheirismo e lealdade entre o personagem dele e o cachorro fiel.

E o que dizer do mestre Pavarotti? A voz que ecoava em cada partícula de correntes sanguíneas dos amantes da boa música. Nessun Dorma mexe comigo a cada novo recarregar de energia.

Como me deixar desesperar pelos empecilhos da estrada, pelos buracos mais profundos, ou desvios mal realizados, se posso contar com tantas inspirações nas artes? E artes as quais amo!

A música me faz levitar perante os pedregulhos.

O cinema me faz aguçar o poder de ver a realidade para além do sistema 3D.

E me aperta os nós da alma quando vejo os rumos da luz na humanidade ao meu redor. Por vezes, sinto como se quisesse pegar os candelabros internos para despertar certos olhos cerrados sem rumo.

A mensagem é (e sempre foi) clara em mim: quero buscar a diferença. Sem louros. Só reconhecimento próprio da capacidade de agir mediante ferramentas lapidadas das quais disponho.

O poder de ajudar é intrínseco e congênito.

Sempre me questionei sobre o mundo. Desde cedo, ao observar as pessoas que me cercavam - na escola, na família ou até desconhecidos na parada de ônibus - tive a impressão de que elas precisavam de alguma coisa. E de que eu poderia fazer algo a respeito.

Nunca desejei super-heroísmo. Mas uma forma de abrir a mente dos que me pareciam perdidos (e não eram poucos).

A este ponto, alguém deve estar perguntando se a dona moça que escreve é alguma mulher aproblemática (permitam-me o neologismo, por gentileza) para querer ver um mundo melhor. Não! 
Talvez a diferença seja buscar encarar-me desta forma: tenho problemas, não os sou!

Claro que arranhões ficam, choros rasos (ou por algumas vezes bastante úmidos) aparecem, raivas despertam, agonias quebrantam no peito ainda jovem.

Porém, a mágica (e ainda creio nelas) é tentar não se esvair no fluxo intenso da possível repressão.
Repressão social, profissional, pessoal, interna.

Alguns deslizes a mais e você entrará para a estatística pulsante com a nada simples troca de consoantes.

Do "R" ao "D" você vai de uma pontual angústia a uma recorrente insatisfação de vida.

E a depressão é democrática, falando de uma maneira mais metafórica diante do mal deste século. Afinal, ela chega a todos. É só deixar.

Sou a favor da democracia. Mas esta não me deixa escolha senão afastá-la da minha realidade.
Pela música, pelo cinema, pela literatura, pelos exemplos reais, vejo-me capaz da proeza de viver em busca de uma paz interior. Em verdade, um sorriso interior.

Exteriorizando um desejo, gostaria de neutralizar o mundo. Num sentido mais harmônico, não robotizado.  

São tantos apertos de parafuso diários que fazem os seres olvidarem de escutar o som ao redor... 
Som que pode reportá-los até a um caminhar mais saudável.

É nisso que quero agregar. No som.
Sendo assim, somando aos que fizeram diferente, busco sonorizar os que quero acordar.

Vocalizações, sigam me preparando para o que puder fluir de melhor de dentro dessa otimista ambulante.

Até porque, como disse o mestre Chaplin, "você descobrirá que a vida ainda continua, se você apenas sorrir". :)

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